quinta-feira, 21 de junho de 2007
a propósito de Daniel Faria
primeira explicação do amor
olha, é assim o amor cercar-me o verde dos teus olhos acolher o ardor do sol a amargura do silêncio junto à frágil negrura das sombras e beber da própria substância da nossa sede.
9 de Fevereiro de 2004
explicação do deserto
onde os outros ardem sustêm ferida assim sou eu — — feliz sob o sol.
11 de Fevereiro de 2004
explicação da luz
os ângulos da casa dobrados no recorte negro das sombras o lugar predisposto para o corpo pleno o sol queimando o chão pelas janelas
11 de Fevereiro de 2004
explicação do silêncio
o que não se sabe das profundezas da palavra o que não se pergunta
11 de Fevereiro de 2004
segunda explicação do deserto
ardem sob o sol fundas raízes mas é nesse árido sossego que a noite descansa e a água se prepara — — onde era a ferida aqui e além agora um jardim florido.
12 de Fevereiro de 2004
segunda explicação do amor
olha, é assim o amor — — a noite negra e longa que eternamente aguarda a manhã que nunca vem.
12 de Fevereiro de 2004
terceira explicação do amor
saber assim que o peito dói em vão.
12 de Fevereiro de 2004
explicação da manhã
acordar no pressentimento do orvalho respirar o ar frio rodeando as árvores seguir o dia aureolado de azul voluntariosos são os que acreditam no sol.
13 de Fevereiro de 2004Etiquetas: a ferida aberta, angularidades, deserto, little black spot, livro de explicações, minimal |
posted by saturnine |
20:48
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