sábado, 7 de julho de 2007
da sede #1
a minha sede transmontana arde à boca da garganta. aquela água verde, afinal um deserto como os outros.
18 de Abril de 2005
da sede #2
um assombro é sempre um assombro. há pouco consolo nas manhãs luminosas para os que atravessam de olhos abertos as brasas da noite. não tenho modo de dizer: 'o teu corpo'.
18 de Abril de 2005
da sede #3
o que sobra de cada noite é quase ter-te aqui
> o teu rosto vale a inflexão da luz numa tarde de sol.
(aquellos ojos verdes)
8 de Abril de 2005
da sede #4
a minha sede transmontana é uma mão cravada na garganta, a contrariar o mundo. aquellos ojos verdes, um deserto a asfixiar-me o princípio de verão.
19 de Maio de 2005
da sede #5
onde a água é escassa a terra respira em lentas convulsões arde o solo e os corpos flamejam
17 de Junho de 2005
da sede #6
qualquer coisa se me acaba quando me afasto da febre do sol transmontano, daquela água verde onde o meu corpo encontraria sossego.
3 de Julho de 2005
da sede #7
é difícil esta contenção, como se não fosse ainda para hoje o teu corpo. não desabrocha, o verão.
4 de Agosto de 2005
da sede #8
tanto pedi que a serra de novo me chamasse. não devemos subestimar a força da terra. a sede transmontana chama-me de novo. e eu que agora não tenho como ir.
29 de Agosto de 2005
da sede #9
o meu silêncio é [ainda] um nó de sede apertado na garganta. aperta e arde, como uma febre. o que eu queria era só esse lugar onde pousar a cabeça, uma água verde, um colo transmontano.
10 de Dezembro de 2005Etiquetas: little black spot, os montes habitados |
posted by saturnine |
18:28
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